sábado, 20 de setembro de 2008

Traço

Silêncio.
Visto o corpo como quem aquece a alma.
Enquanto deveria despir-me dele para protegê-la.
Branco.
Infinitas possibilidades de manchas.
Levantar. Escolher. Agir.
Inércia.
Agora.
(...)
Metamorfose.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Poesia negada


Que mundo há por entre veios e veias?
O que se esconde atrás da velha muralha?
Perguntas infinitas rondam as águas da alma
Tentam, desmedidas, buscar a realidade
Mas ela já não existe, nem mesmo sob a terra
A verdade vestiu-se com o negro pano da mentira
No breu, não pode se ver, não obstante as mil pupilas
Quem a possuía, carrega agora apenas o teatro
A imitação do que se espera ser e não é
A putrefação dos sufocados minutos
A aniquilação das esmagadas lágrimas
A proibição das temidas vontades
E um sorriso roto em lábios amarelos
Pobre de quem não suporta a nau concreta
Mergulhando em rios com submarinos obtusos
Pobre de quem não se assume poeta
E vive metamorfoseando palavras
Apenas para que elas não tenham o poder
De construir doloridas e realistas rimas

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Olhos rasos


Tanto ou menos um pouco
Sigo em encharcadas direções
Já que o compartimento
Comportamento
É estreito, não me cabe

Sou pequena para tanto de mim
Transbordo feito você, às vezes
Quase sempre, de água
De sal e de arte, artimanhas
Escorro feito cera quente

Você é a chama